quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Que fim poderia ser mais devotamente desejado?....

Eis a questão me me assola no momento... rs






"Ser ou não ser, eis a questão.
O que é mais nobre para o espírito?
Sofrer os dardos e as setas de um ultrajante destino,
ou tomar armas contra um mar de calamidades
e pôr-lhes um fim resistindo?
Morrer, dormir, nada mais.
Pensar que, com um sono,
pomos fim ao pesar do coração
e aos mil males naturais
que constituem a herança da carne.
Que fim poderia ser mais devotamente desejado?
Morrer, dormir:
dormir, sonhar talvez.
Sim, está aí o obstáculo.
Que sonhos podem vir durante o sono da morte,
depois de nos termos libertado deste invólucro mortal.
Aí está a reflexão
que torna uma calamidade a vida assim tão longa!
Pois quem suportaria os ultrajes e desdéns do tempo,
a injúria do opressor,
a afronta do orgulhoso,
o desprezo do amor desejado,
o atraso da justiça,
a arrogância do poder
e o vexame que o mérito paciente recebe do indigno,
podendo sozinho
procurar o seu repouso com um simples punhal?
Quem quereria suportar tão duros fardos,
gemer e suar sob o peso de uma vida esgotante,
se não fosse o medo de qualquer coisa após a morte,
essa região misteriosa
de cujos limites nenhum viajante jamais retornou,
medo que confunde a nossa vontade
e nos faz suportar os males que nos afligem
em vez de nos lançarmos a outros que desconhecemos?
E é assim que a consciência
faz de todos nós uns covardes;
assim o primeiro impulso da decisão esmorece
com a palidez do pensamento,
com tais reflexões, desviam seu curso
e deixam de ter o nome de ação
por esta razão, o seu curso e perdem o nome de ação.
Sossega agora!"

WILLIAM SHAKESPEARE

domingo, 7 de agosto de 2011

Meia Culpa....

Esses dias parei para pensar em como é fácil pra nós, colocar a culpa em alguém... Sempre falamos coisas do tipo: "Ah! se a fulana tivesse feito o que eu disse, isso não aconteceria." ou "Por que fulano fez isso, ele sabe que dará errado...", ou ainda "Poxa! Isso foi uma sacanagem comigo..." Mas nos esquecemos de lembrar que nem sempre a culpa é só do outro - não que eu esteja extremamente boazinha hoje, querendo isentar a todos de suas culpas -, é que às vezes temos tanta culpa nas coisas que acontecem quanto quem de fato executou a ação que nos incomodou ou decepcionou.
Sempre vemos o lado "defeituoso" do outro, deixando de lado os nossos próprios defeitos, achamos que somos pessoas ótimas e que tudo e todos deveriam ser flores conosco, e quando acontece algo diferente do esperado, entramos em crise, ficamos imaginando quais seriam os motivos para certas coisas terem acontecido.
É difícil ouvir: "Se fizeram isso comigo, foi porque EU DEIXEI que fizessem". Sempre queremos pôr a culpa em alguém, até porque se a culpa é nossa, podemos colocá-la em quem quisermos...